quarta-feira, 31 de maio de 2017

EU PRECISO ESCREVER...

Como em todos os momentos em que tudo o que eu tinha eram angustia e incertezas, mais uma vez torno a escrever para tirar certos sentimentos de mim e deixá-los ir. Não quero que comente, não quero que você leia, mas se mesmo assim o fizer, não espere minha gratidão, não acho que eu saiba realmente o que significa isso... não mais...

A vida vai e vem, vem e vai... O que eu deveria fazer? Tudo o que eu quero é que esse sentimento de montanha-russa termine de uma vez, que a vida pare de ser tão incerta, que as coisas parem de quebrar justo quando não tenho dinheiro, justo quando estou nas mãos do que as outras pessoas querem... Se eles vão deixar a minha vida de lado porque ela não tem importância alguma pra eles, é isso que será feito de mim: nada. Neste nada que me tornei, fui deixando as coisas irem, afinal, se apegar é errado, não é? Pensar alto demais é errado, Sonhar alto demais é ERRADO. Você não tem forças pra seguir de tão errado que a sua vida se tornou e o buraco no meio do meu peito só deixa evidente o quanto me tornei vazio. Acreditar? Acreditar no quê? Em mim é que definitivamente não é... Se eu tivesse mais um pouquinho de força, se eu fosse um pouquinho mais esperto, eu não estaria aqui para escrever isso, se é que você realmente entende o que eu quero dizer... Não, não estou falando de que as coisas seriam melhores, pelo contrária, teria tido forças pra fazer o que não deveria.

Tudo na minha vida agora acabou se resumindo àquilo que o dinheiro pode comprar. Não, não estou falando sobre coisas caras, sobre coisas que não preciso de fato, sobre coisas que não uso. Estou falando do básico mesmo, coisas que as pessoas deveriam comprar... É engraçado como quando eu era criança, odiava ganhar ou comprar roupas, nunca tive prazer nisso. E então hoje me vejo com vontade de comprar meias e cuecas porque as que eu tenho não estão mais tão boas quando foram compradas há alguns anos. Me é excruciante ver que a minha ferramenta de trabalho, o computador, é tão fácil de quebrar que, de fato, já percebi que eu vou enlouquecer algum dia. Estou usando um notebook usado, já que o meu mesmo foi pro concerto e até agora a pessoa que disse que ia concertar prometeu há cerca de um ano que ia fazer algum coisa. O notebook chegou a voltar pra cá com o mesmo defeito, sem ninguém ter feito nada e eu, trouxa de acreditar nas pessoas, devolvi o notebook para o concerto - estava acompanhado da fonte quando entreguei e quando retornou não estava com o notebook. É desesperador quando eu pergunto pra minha mãe pedir o notebook de volta para que ele pelo menos esteja comigo e ela simplesmente nega... Eu sei que nunca verei aquele notebook de novo, não funcionando novamente...

Você tem muita sorte se consegue confiar numa única pessoa que seja, com todo coração. Pessoas traem, pessoas mentem, pessoas são falhas, elas não nascem perfeitas. Mesmo que não seja da intenção delas, elas vão falhar com você e tudo o que lhe resta é pensar consigo mesmo que aquela coisa que era importante pra você, que você botou o seu coração naquilo, simplesmente foi esquecido por aquela pessoa que deveria ser impontante pra você. As pessoas não percebem que estão pisando em você, elas só conseguem dizer um 'desculpa' sem emoção nenhuma e ainda conseguem permanecer pisando em você como se não fosse nada. Eu tenho medo das pessoas. Eu não escrevo para aparecer, para me mostrar. Na verdade, toda vez que vejo um comentário novo, meu coração dói, imaginando a merda que a criatura alienígena aqui fez para despertar o desinteresse de alguém no árduo trabalho que tive para por meus pensamentos nestas linhas, que finalmente alguém descobriu que eu fugi a regra que todo mundo segue na vida e que querem me forçar a segui-la como se já não bastasse eu não me sentir mais humano, tenho que me encaixar nesse perfil perfeito que todo mundo faz de si mesmo e das pessoas ao redor. Eu não quero ser excluído por ser diferente, queria que as pessoas entendessem que o mundo carece de amor, que eu careço e muito de confiar nas pessoas e que gostaria muito de conseguir quebrar essa sina maldita que me parte o coração toda vez,,, Eu não tenho futuro.

Por mais que eu seja diferente, gostaria de ter tido a oportunidade de seguir em frente com o que eu tentei anteriormente na minha vida. Mas as pessoas não entendem que deu errado, que me faltaram coisas e sentimentos que não estavam lá. Muitos artistas reclamam que as pessoas que admiram seus trabalhos e só dizem: você tem talento. Não importa a quantidade de horas que você gastou pra conseguir chegar naquele nível; a quantidade de vezes que você lutou contra si mesmo pra conseguir dizer: está bom pra mim; nem o tempo que você passou sem fazer o que gosta porque estava decepcionado consigo mesmo. Queria poder ajudar essas pessoas, fazer alguma surpresa especial para alegra-las, fazê-las sentir que a arte delas vale a pena. Eu não tenho essa sorte... É díficil dizer o que de fato faria da parte ruim de ser um artista também fazer parte do lado bom, a maioria dos artistas caminha sozinho, nas sombras, em lugares que ninguém te enxerga. No entanto, não fomos nós que simplesmente trilhamos esse caminho por que queríamos. Muitos de nós ficariam felizes em produzir algo de qualidade, algo memorável, algo que fosse popular. Se pelo menos fosse fácil assim...

Uns poucos conseguem um mínimo de notoriedade pra sobreviver de sua própria arte. Menos pessoas ainda conseguem 'chegar lá', sentindo-se plenos financeiramente pra fazerem o que quiserem mantendo o trabalho duro. E a imensa maioria encontrasse esquecida num canto ou outro, uns, como eu, estão ainda se mantendo no caminho, mesmo que a realidade se mostre muito pouco favorável, e outros, que admiram a arte, que sentiriam prazer em fazer arte, são renegados a esquecerem que um dia poderia fazer algo com a própria criatividade, vivem da repetição, e esquecem que tiveram sonhos bonitos um dia. A vida acaba se resumindo a trabalho, comer, dormir. Muitos adoram a família, mesmo que escondam que na verdade, desprezam-na, ignoram-a e se veriam muito mais felizes sem as responsabilidades que não pediram pra ter. Amar alguém se tornou masoquismo, você sente prazer em sentir dor, em sofrer, em ser humilhado e rebaixado a nada. Basicamente amar se tornou amar quem não te ama, quem não olha pra você, que espera que você faça coisas sem retribuição nenhuma. Amar se tornou algo inútil, pois só nos piores momentos é que ensina alguma coisa, no mais permanece calada, quieto, dolorido... em suma, algo ruim para sua saúde. Você se sente amada/o? Será que você realmente está retribuindo ou só está jogando tudo nas costas dessa pessoa que não merece como você a/o trata?

Pois é, prepare-se! Se você não amar, se você não colocar as pessoas antes de si mesmo nem um pouquinho, você não merece ser amado, E então chegamos no maior de todos os impasses: se ninguém ama ninguém, de onde virá o amor que precisamos na nossa vida? Boa sorte tentando sentir algo, ninguém te avisou antes, mas agora eu vou dizer: nem todos os sentimentos estarão lá e, pior do que isso, eles  podem nunca estar. Empatia, compaixão, a capacidade de entender o quão ruim seria estar numa situação em que você nunca gostaria de estar, podem não estar lá pra te prevenir de cometer erros. Na verdade, as pessoas acham lindo nunca abaixar a cabeça pra ninguém, sem perceber que o que elas estão fazendo é justamente manter a cabeça baixa pra tudo, sem enxergar o que está acontecendo ao seu redor, sem ter nenhum cuidado pra não pisar onde não devia. As pessoas roubam, matam, esquecem... e o sentimento que deveria estar lá para prevenir isso, não está lá, ou foi jogado fora por causa das decepções, das amarguras da vida, das traições de pessoas queridas que se envolvem com o que não deviam, com as ilusões que temos sem perceber que somos nós mesmos que críamos. Quem disse que era pra você acreditar na fidelidade humana? Você se tornar responsável pelo que cativas, e isso inclui a ti mesmo.

Na esperança, incerta e teimosa, comprei uma tele-sena de são joão para tentar uma última vez ganhar um pequeno prêmio que fosse. Evidentemente que também estou de olho no prêmio de cinco anos de 'salário' de cinco mil reais. Isso mudaria a minha vida... você. caro leitor, não tem ideia de como. Retomando o assunto, nos últimos anos, desde que não tive mais forças pra continuar o curso de Design de Interiores, me sinto abandonado na vida por ter menos do que é preciso pra conseguir dar continuidade a minha existência. Isso foi em 2009. Acabei repetindo a mesma situação em 2010, quando tentei um curso de administração e me senti tão frustrado que desisti do curso. A vida sempre cobra de você sentimentos que você não sabe lidar com eles. Por vezes não acontece nada demais. mas pra mim isso é algo ruim que me consome até hoje. Consegui terminar dois cursos básicos (meio que uma fachada do governo pra fingir que está dando educação quando as pessoas que saem do curso não aprenderam o que realmente precisavam pra seguir em frente). O primeiro foi de informática, ainda em 2010, e o segundo de marcenaria, um pouco melhor do que o outro, no começo de 2011. No fim do segundo curso fui chamado algumas vezes para ir trabalhar em algumas marcenarias e, no último caso que fui chamado, tive um dia de experiência. Era pra ser uma semana... No fim do primeiro dia me senti tão mal que não sabia mais o que fazer. Então simplesmente nunca mais voltei. Eu não estava preparado e acho que ainda não estou,

Em 2012 foi uma certa alegria, renovei minhas expectativas quando meu irmão comprou um computador e minha irmã pediu uma linha de telefone com internet. Consegui até escrever algumas histórias fantásticas no meu outro blog. Tudo começou a ruir quando percebi que teria que me mudar para outra cidade. Eu não gosto de mudança, odeio isso. Mesmo com meses de antecedência, eu já me sentia mal e isso afetou meus últimos escritos nesse blog. Aquilo que tinha virado uma boa rotina de escrita a noite e publicação durante o dia, se tornou escasso e, enquanto eu ia percebendo que as minhas coisas não estariam mais aqui, discuti com meu pai e ele bateu no meu computador, um computador velho e usado que chegara aqui em casa em 2009, ainda usando windows 98 e que mudei para windows xp. Vendo o computador sem funcionar direito, eu fui calmamente até o quarto dos meus pais e disse: você conseguiu... Me virei e não consegui mais aguentar o choro. E não pensa que era por causa de rede sociais. Aquele computador era tão velho que nem dava pra colocar internet nele! Antes eu tinha tanta esperança de fazer algo decente pra colocar na internet, mas agora tudo não passa de uma ilusão.

Passado o susto, meu pai me prometeu um notebook e, no mesmo mês em que eu mudaria de cidade, ele foi comprado. Olhando agora, posso dizer que ter algo pra me distrair num lugar novo me ajudou a seguir em frente. Comecei um blog novo especialmente para publicar o conteúdo produzido nessa cidade do interior do Ceará. Teria sido bom, não fosse o dinheiro ter acabado e continuar naquela cidade ter se tornado insustentável. Lá eu passei pela maior vergonha da minha vida, algo que você não pode imaginar nem entender, não é algo que acontece normalmente, era algo que só acontece quando você acredita muito numa coisa e essa coisa se volta contra você de tal forma que só de ouvir o nome dela você passa mal e não quer mais falar sobre o assunto. Eu já disse que não era normal. Era algo que se eu disser o que era, não vai fazer sentido pra você, você vai diminuir a minha dor como se a lâmina que me apunhalou nunca tivesse feito estrago algum. Por causa daquilo e eu aprendi que sempre que eu estou feliz, vem algo e me decepciona profundamente, Em novembro de 2014, recebi a notícia de que ia voltar para São Paulo. Me senti tão horrível como quando me disseram que eu ia me mudar. Com muito pesar tive que abandonar uma gata e quatro filhotes que não tinham nem um ano de vida naquela casa sem nem ao menos me despedir,,, Eu me sinto como um monstro que não consegue nem ao menos tomar contar de gatinhos...

Me mudei em Janeiro de 2015 e em Abril eu tentei juntar forças pra escrever uma história nova, com a anterior interrompida pelo anúncio de que eu voltaria para São Paulo. Antes do fim do mês, eu teria um acidente com o notebook e ele pararia de funcionar corretamente. Foi para o concerto e voltou em Junho. Foram meses angustiantes pra mim sem saber o que fazer, sem conseguir ter paz pra escrever e tentar terminar aquela história. Chegou Julho, um novo mês para escrever. Meio temeroso de que algo ruim acontecesse, só comecei a escrever lá pelo dia 6: Alérgico, a minha obra atual. Consegui escrever bem mais do que eu pretendia e escrevi dois volumes até o final de novembro, Em Dezembro, comecei o terceiro volume... ainda estou tentando retomá-lo. O terceiro volume estava sendo mais difícil de escrever e eu estava levando meses para escrever alguns trechos. Eu o teria terminado antes que se completasse um ano do começo da escrita... Se não fosse pelo notebook travar de vez em Maio de 2016 e acontecer o que lhes contei no começo. Passei semanas e meses tentando encontrar algo pra fazer pra me distrair do fato que eu não conseguia escrever a história, de que toda vez que meus irmãos estivessem em casa, eu não poderia usar o computador deles, etc. Em Dezembro do mesmo ano, recebi este notebook usado. Meio receoso de que algo poderia acontecer, tentei outra história e, antes que eu pudesse fechar o primeiro arco, o notebook começou a dar problema e foi pro concerto.

Agora, Maio de 2017, o notebook volta. Eu não sei ficar grato pelo que aconteceu. Não pude nem ter um dia inteiro com ele em casa, que surgiram vários problemas. Acho que a placa está quebrada, não para de dar sinais de que algo está errado. Tive que comprar um teclado e um mouse pra poder ficar mais sossegado, pois estava um inferno tentar usar o mouse pad ou o teclado do próprio notebook. E o pior não foi isso! Com o tempo que o notebook ficou parado, ele ficou sem atualizar o  windows, e ao retornar, nada mais normal do que atualizar tudo, certo? Errado! Os pacotes de atualização deram conflito e, adivinha, recebei a seguinte mensagem na tela: ERRO FATAL. Depois de tantos problemas sem saber o que será de mim no futuro, passei o resto da noite em claro tentando solucionar o problema mesmo com o teclado e o mouse pad todo zoado. No domingo, já com o dinheirinho que eu não deveria gastar, pois precisamos de um fogão novo, saí pra comprar os ditos componentes, Fui a pé até o hipermercado Walmart que fica a cerca de 12 km de distância. As pessoas consideram impensável fazer um trajeto desses a pé, sabe? Até o momento o notebook me pareceu estável, apesar de que não devo usar o teclado, da tela - que é de desktop, não a tela do notebook, ela foi retirada pois a outra não estava funcionando direito - que fica piscando a cada cinco ou dez minutos por não sei que motivo, e do erro fatal ter conseguido desabilitar o meu anti-vírus em definitivo, eu acho.

Além disso, nesses últimos dois meses, o botão de ligar do meu celular, que me ajudava bastante quando eu não podia acessar a internet, parou de funcionar. Sem ele, o celular já era, apesar de que ainda consegui fazer a configuração dele ativá-lo sozinho ainda umas quatro ou cinco vezes. Sem celular e sem notebook, toda vez que meus irmãos estão em casa, eu precisava fazer alguma coisa ou ia enlouquecer! Resolvi fazer algumas receitas, algumas até que eu nem havia feito antes. Não ficaram lá muito boas, mas valeu a experiência. O caso é que, de tanto usar o forno do fogãozinho velho, a grelha (ou seja lá como chama aquela parte que tem vários buraquinho de onde sai o gás) começou a soltar fumaça. Isso já havia acontecido antes, mas não da forma como estava acontecendo. Tentou-se de tudo, mas aparentemente não devemos mais usar o forno do fogão, que já tem uns vinte anos, e comprar um novo ou comprar um novo negócio que eu não sei o nome pra por no lugar. Até parece que só porque eu queria fazer receitas e mais receitas, o forno ficou ruim. Mas é, eu vivo abaixo do nível básico, precisando de meias, cuecas, um tênis novo, de um computador novo, de um celular e, mesmo que não dê pra colocar, pois a operadora da internet não tem nenhum pacote maior, uma internet nova também! Aqui em casa vivemos com menos de um mega por segundo, chegando até mesmo a ser menos da metade de um mega em horário de pico. Se a internet trava? Tem horas que ela simplesmente desaparece do nada!

Esse estado de vida que está sempre do lado ruim me incomoda. E não pense que isso me dá força alguma, pelo contrário, só me deixa mais infeliz. Eu não quero viver se for pra ficar nessa situação: começa projeto, interrompe projeto, espera um eternidade pra recomeçar, começa de novo e, de repente, mais uma interrupção no meio da coisa! A tele-sena que eu comprei eu só abri pra cadastrar no site, pois não vou pegar os números no sorteio, eles não vão me dar prêmio algum. Não raspei a raspadinha que fica na frente da tele-sena, eu sei que não há prêmios ali. Acho que comprei mais por descargo de consciência, pra provar pra mim mesmo que aquela é última vez que compro uma tele-sena, última vez que faço qualquer jogo na loteria (coisa que já não vinha fazendo há algum tempo) e a última vez que espero que algo mude pra melhor... E se tiver algum prêmio? Você não faz ideia do quanto eu quero estar errado... Eu estou ficando maluco com o quanto eu quero que as coisas mudem sem nem ao menos ter o mínimo pra conseguir terminar meus livros...

Se você conseguiu 'chegar lá', você tem sorte, nem todo mundo, aliás, muito mais pessoas do que você imagina, sequer conseguiram dar o primeiro passo quando queriam, não tinham tempo quando podiam, e quando finalmente podiam e queriam, a vida não tinha mais tempo pra eles. Continuar sonhando é bom, mas deixar isso ser apenas um sonho faz da sua vida algo mais cinza. A vida deveria ser mais colorida, mais igualitária, mais vivível. Mas o que temos não é nem de perto isso. E pensar que há pessoas no mundo que nem sequer tem arroz pra comer, porque não tem dinheiro pra comprar um quilo de arroz sequer... Quem sou eu pra reclamar? Acho que isso é o que mais dói: eu tenho o direito de sofrer, de me sentir decepcionado com a situação? Ou é tudo egoísmo fútil de minha parte? Eu só queria que as coisas melhorassem, mas eu sei que elas não vão... Eu tenho 26 anos, não tenho emprego, não tenho faculdade, não tenho perspectiva de vida e estou tentando aprender a criar arte para não ficar louco. Mas até isso pode me ser tirado uma hora ou outra... E então, eu estou sendo pessimista demais ou é a vida que resolve ser dura demais sem ter a menor sensibilidade de que o sentido da vida de algumas pessoas está sendo arrancado delas? Não há muita escolha, é sofrer ou sofrer... pois a dor é inevitável, a única coisa que muda é como você vive a dor. Se você não consegue lidar com essa dor como eu, as pessoas vão ser ainda mais insensíveis para contigo e ainda menosprezá-lo quando tudo o que você quer é algum apoio pra continuar. Você não quer fazer aquilo, você quer viver, mas você você percebe que fazer aquilo não mudaria muito as coisas ao seu redor, as pessoas vão simplesmente continuar suas vidas como se nada tivesse acontecido.

A vida é algo cheio de turbulências, enquanto alguns lidam bem com isso, eu calhei de lidar com isso com depressão, com tristeza, com dor... Eu tenho pra mim tentar mais um dia, fazer uma caminhada que as pessoas não costumam fazer, tentar um receita que ninguém na sua casa jamais fez. Eu tento, um dia após o outro. Eu tento me segurar pra não matar alguém, tento me segurar pra aturar os outros, tento me segurar pra continuar e tentar mais uma. No meu caso, isso tem sido insustentável, mudança após mudança, fraqueza após fraqueza, decepção após decepção... Eu não tenho o básico que uma vida deveria ter, eu não tenho onde por esses sentimentos além deste local que você está vendo.

No fim de tudo, acho que eu não queria mandar treze fitas para que as pessoas ouvissem os porquês. O que eu queria mesmo era pode mandar de graça uma cópia dos três volumes de Alérgico pra cada um que eu achasse interessante, pois o que acontecesse no final tem a ver com isso de alguma forma...

Ainda não escrevi o final do livro... Eu quero muito poder escrever um final bom, mas sendo realista, finais bons não existem... Eu só posso pedir que alguém mais seja feliz no meu lugar... infelizmente eu não sou... :'o]

 OTL OTZ orz by kyrayamato10